33 Lições aos 33
Ontem fiz 33 anos e começo a compreender melhor como o mundo pode ser exatamente o mesmo, mas a minha perceção dele difere, e muito, de há meia dúzia de anos.

Já ouviu falar que não vemos o mundo como ele é, mas sim como a nossa perceção, personalidade, experiências e condicionalismos o moldam? Pois é, em cada ano que passa concordo mais com essa visão.
não vemos o mundo como ele é, mas sim como a nossa perceção, personalidade, experiências e condicionalismos o moldam
1. Sucesso
Sucesso não é sobre ter dinheiro, a casa perfeita, o carro mais moderno, as férias de sonho ou a família ideal. Sucesso é ter paz interior!
2. A idade é só um número
Nunca se é demasiado velho para aprender algo novo, sonhar mais alto ou mudar de ideias. A vida é uma constante aprendizagem e não há nada mais frustrante do que estar estagnado, e envelhecer só torna tudo ainda melhor.
3. Felicidade
Só nós mesmos podemos decidir ser feliz, a felicidade é realmente um trabalho interior e só eu mesma posso decidir o que quero sentir.
4. Os chefes são temporários
Já tive um chefe que me assediava, outro que fazia bullying, outro que me incriminava quando as coisas corriam menos bem, outro que manipulava os colaboradores, outro que me ficou a dever dinheiro, outro que não nos deixava falar com outros colegas, outro que não se responsabilizava pelos erros, outro que dizia mal de mim pelas costas, outro que se queixava que eu ia demasiadas vezes a casa de banho.
Os chefes podem ser tóxicos, mas apenas fazem parte de uma fase da vida, aprendi a escolher as minhas batalhas, a estabelecer limites, a racionalizar, a mentalizar que o problema é deles e não meu.
[algumas dessas descrições pertencem as mesmas pessoas, mas por uma questão de privacidade optei por não individualizar]
5. Comparação
Deixei de comparar a minha jornada com a dos outros, estou exatamente onde devo estar e a viver a vida que eu escolhi.
6. Consumismo
Comprar por impulso não é saudável e não deve ser um hobby (mesmo que tenha dinheiro para isso). Com a pandemia descobri as maravilhas das compras online, e era com esses sites que ocupava as minhas noites de insónia. Apesar dessa constante disponibilidade do consumo online, por as coisas no carrinho digital satisfazia os meus desejos de consumo e, por isso, não concluía logo o pagamento, esperava uns dias até ter a certeza da compra, e na maior parte das vezes nem sequer lembrava do que tinha posto no carrinho das compras porque efetivamente não era nada que precisava.
7. Nem tudo deve ser sobre dinheiro
Mas acredito que a liberdade financeira é realmente libertadora.
8. Companheiro para a vida
Se for para partilhar a vida com outra pessoa que seja alguém com os mesmos valores.
Eu e o meu marido temos ideias muuuuito diferentes sobre muitas coisas, mas os valores como a família, a honestidade, o altruísmo, a lealdade, a integridade e a liberdade estão em consonância, e é isso que faz com que todo o resto seja conciliável.
9. Conforto
Em tempos o único sapato raso que tinha eram umas sapatilhas de desporto.
Até há uns 4 anos eu achava que saltos altos faziam parte da minha identidade, mas não poderia estar mais enganada. As roupas justas e os sapatos altos e giros eram desconfortáveis e chegavam mesmo a magoar, mas ainda assim insistia em usa-los, provavelmente como uma maneira de compensar as minhas inseguranças. Quando decidi aceitar o meu corpo passei a preferir usar um tamanho maior e calçado com muito menos salto, pequenas alterações que aumentaram muito a minha qualidade de vida.

10. Começa hoje.
Acredita, daqui a um ano vai desejar ter começado hoje. Começa devagar, mas começa! Nunca desista de um sonho ou projeto só pelo tempo que irá demorar, porque o tempo irá passar, quer queira quer não.
11. Amigos verdadeiros
Podem não falar durante meses, podem não se ver por anos, até pode ter que acompanhar a gravidez a distância e demorar 1 ano até conhecer a sobrinha “emprestada”, mas os amigos verdadeiros continuam a ser amigos apesar da distância e do tempo (meninas, vocês sabem quem são 😉).
12. Perdoa
Perdoa rápido, isso liberta a mente.
13. Dormir não deveria ser um luxo
Nos últimos meses dormi muito pouco, e tive mesmo que recorrer a ajuda médica para finalmente dormir noites inteiras, e posso afirmar: que luxo que é dormir noites inteiras!
Dormir é mesmo essencial para o funcionamento do nosso corpo e mente, quando não conseguia dormir a noite era normal andar cansada todo o dia, com dores musculares, pouca paciência, a abusar da cafeína e dos doces para manter-me desperta, com oscilações de humor e até com uma pele sensível e maltratada.
Aprendi que a minha saúde e a minha sanidade mental são mais importantes do que o meu emprego e a minha conta bancária
14. Os vampiros são reais
Existem pessoas que vão tentar drenar a nossa energia, é preciso ser perspicaz e evitá-los a todo o custo.
15. Segue os instintos e sai da zona de conforto
Para ser um pintor tem de que pintar, para ser um atleta tem que treinar, para ser um escritor tem que escrever, para ser um músico tem que tocar.
16. Não te acomodes, experimenta, testa, faz, mexe-te, produz a tua “arte”.
Todas as coisas extraordinárias da minha vida aconteceram quando sai da minha zona de conforto.
17. Viva abaixo das suas possibilidades.
Deixei de sentir a necessidade de viver de acordo com os meus pares, prefiro gastar o dinheiro no que é prioritário para mim e para a minha família do que comprar roupa de marca ou um carro novo só porque os outros estão a fazê-lo.
18. Não procure ser feliz
Ao invés de ir em busca da felicidade, procura aprender, viver novas experiências, a felicidade vem a seguir!
19. Pode ter tudo o que quiser
Mas não ao mesmo tempo. Aprendi que ter um bebé, recuperar do parto, fazer um segundo mestrado, escrever a tese de doutoramento, iniciar um novo negócio, dormir, comer e tomar banho é demasiado, e impossível de concretizar sem ajuda (muita ajuda).

20. O mundo não está contra ti
Em tempos, achava que era eu contra o mundo, que ninguém trabalhava tão duro como eu, que ninguém me tratava como eu merecia, que ninguém tinha passado por experiências tão difíceis como eu, que as pessoas eram más e mesquinhas e que o mundo estava contra mim. Hoje vejo que essa vitimização era fruto de uma imaturidade e egocentrismo ridículo.
Hoje compreendo que a maneira como as pessoas tratam os outros é um reflexo delas mesmas, e que não podemos generalizar determinados comportamentos ou pessoas, todos somos diferentes e cada um tem uma história ímpar para contar, e todos devem ser tratados com dignidade e respeito.
21. O poder do exercício físico
Em tempos praticava musculação, krav maga, boxe, corrida e mais uma panóplia de aulas no ginásio. Já cheguei a treinar 5 vezes por semana, e muitas vezes, duas vezes por dia. Mas isso era antes de ser mãe .
Treinava porque gostava de ver a evolução do meu corpo, de sentir-me mais forte, tonificada e, imaginem só, da adrenalina pós treino.
Mas isso mudou, no entanto, notei que o meu corpo se ressente. Hoje já não valorizo longos e intensos treinos, só quero sentir-me bem comigo mesma e ter saúde, por isso, basta uma curta mas sistemática sessão de pilates para ver diferenças no meu corpo e na minha saúde física e mental.
22. Não há vergonha nenhuma em ser vulnerável.
A sociedade exige-nos uma determinada dose de perfeccionismo, um reflexo disso são as redes sociais, que apenas apresentam uma parte pequeníssima da realidade das pessoas e, na maioria das vezes, a melhor e mais produzida. Aprendi que não há qualquer problema em baixar a guarda de vez em quando e ser vulnerável, pois só assim é possível criar conexões com as pessoas que partilham os mesmos valores que nós.
23. Comer bem faz milagres pela nossa saúde.
Antes dos 30 anos não tinha grandes cuidados com a alimentação, apesar disso, sempre fui saudável, mas desde então que nota que a minha energia e o sistema imunitário ficam comprometidos se estiver vários dias seguidos a comer fast food, doces e demasiados carboidratos.
Comer frutas, legumes e vegetais, beber muita água, evitar fritos e comida industrializada, e reduzir o consumo de carne muda radicalmente a minha disposição e saúde.
24. O medo da exposição é na realidade medo do que os outros vão pensar
O receio de expressar a nossa opinião ou de publicar uma ou outra foto é na realidade medo do que as outras pessoas vão pensar. Mas se não consigo controlar o que vão pensar ou dizer sobre mim ou sobre o que faço, não vale a pena limitar a minha liberdade de expressão.
25. Paciência
Aprendi que saber esperar, sem desesperar, é uma virtude (que ainda estou a aperfeiçoar)!
26. Um filho muda tudo
Não há motivador mais forte para concretizar os meus sonhos do que o meu filho. Quero que ele perceba que a mãe não desiste, que luta pelo que quer e não desiste perante os primeiros 1001 obstáculos.
27. As soft skills são mais importantes que um diploma
Desde que gostes do que faças, qualquer diploma serve, mas a capacidade de comunicar eficazmente, organização, resiliência, trabalho em equipa, criatividade, problem solver, relacionamento interpessoal, liderança, ética e empatia são indispensáveis para a sobrevivência numa sociedade.

28. A tecnologia não é um mal necessário
Adoro estar ao livre, trabalhar com as mãos e deixar os sentidos fluírem, mas não posso ignorar a utilidade das tecnologias nas nossas vidas. Os telemóveis, os computadores, a internet das coisas e todo o resto tornaram-se indispensáveis na sociedade em que vivemos, e a pandemia apenas veio reforçar essa necessidade, por isso, com algum equilíbrio é possível retirar benefícios incalculáveis das tecnologias.
29. Eu não sou o meu trabalho
Em tempos associava a minha identidade ao meu sucesso académico e, mais tarde, com ao meu trabalho. Aos poucos fui percebendo que a vida é muito mais do que o emprego ou a empresa onde trabalhamos.
30. Pára de procurar a luz ao fim do túnel
A vida não é sobre procurar a luz ao fim do túnel (ou o emprego de sonho, o namorado perfeito, a casa ideal ou o aspeto perfeito), a vida é sobre o túnel. É sobre continuar a procura do que nos faz feliz e aproveitar cada fatia de pizza, cada copo de vinho, cada pequena vitória, cada conquista, cada respiração, cada risada!
31. Ser feliz com o que tens e onde estás
A vida não é perfeita para ninguém, posso ainda não ter conquistado tudo o que ambiciono, mas sentir-me grata pela família que tenho, a casa onde moro, o emprego que paga as minhas contas, ter comida, saúde e paz interior é impagável.
32. Ando devagar porque já tive pressa
Por vezes é preciso carregar no travão, apreciar a vista, respirar ar puro, dormir uma sesta e só então continuar o caminho
33. Mudar é crescer.
Mudança significa incerteza, e incerteza gera desconforto, e sair da nossa zona de conforto é algo que rejeitamos sem pensar duas vezes. Mas quando aprendemos a apreciar o processo de mudança e a associar a mudança a progresso, aí sim é que evoluímos.